No contexto atual da pandemia a Diabetes assumiu um papel de relevo por se tratar de uma doença de alto risco para os doentes com a infeção. É fundamental manter o acompanhamento e seguimento dos doentes para obter o melhor controlo da doença com o objetivo de se evitarem os riscos das complicações e internamentos. Em Portugal existem cerca de um milhão de diabéticos.
O Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga realizou, entre janeiro e outubro de 2020, cerca de 13.000 consultas de várias patologias, incluindo de Diabetes.
Nesta ótica, o Serviço de Endocrinologia reorganizou-se internamente para conseguir dar a melhor resposta a todos os doentes seguidos no serviço, quer através de consulta presencial, quer através de teleconsulta de forma a manter o acompanhamento dos doentes sem necessidade destes se deslocarem ao hospital.
O Serviço acompanha os doentes com diabetes tipo 1 durante toda a vida e trabalha em rede com os cuidados de saúde primários na vigilância e tratamento dos diabéticos tipo 2 que constituem cerca de 80% de toda a população de diabéticos. Avalia também as diabéticas grávidas e as grávidas que desenvolveram diabetes durante a gravidez (diabetes gestacional).
Apesar da reorganização a que a COVID-19 obrigou, a atividade assistencial do Serviço de Endocrinologia manteve-se integralmente, preservando-se, assim, a prestação de cuidados de saúde atempados.
O Serviço disponibilizou, desde o início da pandemia, um e-mail específico para que os doentes ou seus familiares esclareçam as suas dúvidas, entre outras informações.
Desta forma, a estratégia de proximidade implementada desde o início da pandemia, tornou possível que os doentes só necessitem de se deslocar ao Hospital em caso de consulta presencial ou em caso de urgência.
Segundo a Diretora do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga, Dr.ª Olinda Marques: “É fundamental que os doentes com diabetes não descuidem a doença em tempos de pandemia, sendo primordial tentarem manter o seu controlo o melhor possível cumprindo com a medicação, fazendo uma alimentação equilibrada e exercício físico”.
Acrescenta, ainda que “apesar destes doentes terem mais fatores de risco de desenvolver complicações associadas à COVID-19, para além do cumprimento das medidas preventivas, como o distanciamento social, uso da máscara e a lavagem das mãos, manter um bom controlo da glicemia permite-lhes reduzir este risco e torná-lo comparável ao de uma pessoa saudável, colaborando assim na redução do seu próprio risco”.